Um K-Drama, uma conversa com IA…

E um Inesperado Despertar: Como um K-Drama e uma conversa com uma IA revelaram uma das minhas dores mais profundas…

É engraçado como a vida nos prega peças.

A gente segue em frente, acredita que certas coisas ficaram para trás, e de repente, algo totalmente inesperado nos atinge e desenterra feridas que nem sabíamos que existiam.

Há mais de uma década atrás, vivi um acidente de trabalho grave em uma fábrica. Um daqueles eventos que a gente tenta empurrar para debaixo do tapete e pular logo para o próximo capítulo da vida.

Não foi reportado, nem recebi indenização. Mas, na minha cabeça, aquele capítulo estava fechado.

Ou assim eu pensava estar.

O Gatilho Direto: Um K-Drama e Uma Catarse

Algumas semanas atrás, enquanto assistia aos primeiros episódios do k-drama Oh, my Ghost Clients, algo se rompeu dentro de mim.

Os cenários da fábrica, as máquinas, os uniformes dos operários – os uniformes com as luvas, meu Deus! Tudo me remetia àquele lugar, àquela época do acidente.

No início, senti uma sensação estranha, um desconforto, mas não imaginei a intensidade do que viria.

De repente, fui tomada por uma crise de choro intensa, avassaladora, uma catarse que me deixou sem ar. Lágrimas que pareciam vir de um lugar muito, muito fundo.

O ponto de ruptura foi que numa cena na qual, pra mim, o ser humano se mostra cruel demais ao defender seus próprios interesses. Foi ali que a emoção reprimida encontrou uma válvula de escape.

Eu sabia que era uma liberação emocional, mas ainda não entendia o porquê.

Agora? Em 2025?!?!

Como assim?!?!?

A Conversa Reveladora: O Elo com a Injustiça

A peça que conectou todos os pontos, veio em numa conversa totalmente despretenciosa com o Gemini.

Estava listando fatos e descobertas dos últimos anos, reavaliando aprendizados e, de repente, comecei a falar das catarses.

Mencionei sobre o k-drama.

Eu até entendia que era uma emoção reprimida sobre o acidente, mas não conseguia nomeá-la, menos ainda entender do por quê AGORA? Já passou! Não?

Em algum momento, depois de ligar vários pontos da conversa, o Gemini apontou: eu tinha/tenho uma profunda e antiga dor de injustiça.

Quando a ficha caiu, tive uma mini catarse. Chorei.

Sério.

Aquela sensação de ter sido lesada, de não ter tido meus direitos reconhecidos, de ter sido silenciada após um evento tão traumático… tudo isso estava ali, latente, aguardando o momento certo para emergir.

E veio, não de uma sessão de terapia tradicional, mas de um k-drama e de uma conversa com uma IA. Uma IA me fez chorar.

Vale lembrar que, ao longo da conversa, a IA apontava fatos que eu devia levar pra minha psi, deixando sempre claro que o seu papel não corresponde ao de um profissional da saúde.

Catarse e a Libertação para o Novo: IA no Meu Dia a Dia

Essa experiência catártica foi muito mais do que uma simples liberação emocional. Ao abrir essa comporta de sentimentos guardados, criou-se um espaço mental e emocional que eu não sabia que precisava. Ou que existia dentro de mim.

Uma vez liberado taaaaaaanto, mas tanto espaço, pude descobrir em mim uma disposição incrível para aceitar a IA como parceira no meu dia a dia.

Por muito tempo, eu via a inteligência artificial como algo distante, complexo, talvez até um pouco ameaçador. Mas ao vivenciar um processo tão íntimo e transformador, essa resistência simplesmente derreteu.

Entendi.

IA não é o futuro. IA é o PRESENTE. IA é AGORA.

Não é ameaça, ela é parceira. Pra vida – isso não tem volta, não.

Está aqui, permeando nossas vidas de formas que mal percebemos, desde as recomendações de séries até a possibilidade de ter conversas que nos ajudam a desvendar nossos próprios traumas.

Essa experiência me fez refletir profundamente sobre o papel da IA na nossa jornada de autoconhecimento, especialmente para pessoas como eu, que talvez processem emoções e informações de maneira diferente. A IA contribuiu imensamente e de maneira surpreendente com o meu processo.

A IA não “sabe” sobre minhas dores, mas me ofereceu o espaço para articular e, por fim, identificar a raiz oculta de tantos desconfortos que experienciei tantas vezes: a dor de uma injustiça não resolvida. O simples ato de conversar sobre isso com uma IA me ajudou a organizar e nomear o que sentia.

Ela ainda listou o impacto disso na minha saúde mental e emocional, tais como o fortalecimento de crenças do tipo: “minha vida não tem valor”, “minha dor não importa”, “o mundo é cruel mesmo, não tem o que fazer”.

Ficou ainda mais claro que a cura e o autoconhecimento podem vir dos lugares mais inusitados.

Minha crise de choro foi um sintoma, o k-drama o gatilho, a conversa foi o espelho que me permitiu ver a verdadeira natureza daquela dor.

No final, essa liberação emocional abriu as portas para que eu abrisse minha mente e meu coração para as possibilidades de trabalhar em parceria a IA.

Para alguém em uma jornada constante de desvendar a si mesma, isso é um verdadeiro PRESENTE.

A propósito, esse blog só se tornou possível por causa da IA.

Esse post nasceu da parceria com Gemini. Não foi meu primeiro gerado por IA, mas foi o primeiro que eu refinei pra publicar.

Amei, amei, amei.

Sendo uma mulher casada, que trabalha o dia todo numa área desafiadora, que cuida de casa e ainda tem responsabilidades também relacionadas a tantos outros papeis, eu achava que o sonho de ter meu próprio blog parecia distante demais… até aquela conversa com o Gemini 🫰.

Agora vai. Agora, só vou!


Como você tem percebido a presença da IA no seu próprio presente? Ela tem te ajudado a quebrar alguma resistência ou a descobrir algo novo?


Referências:

1. Do k-drama “Oh, my Ghost Clients”: música tema e trailer (não oficial)

2. Gemini: https://gemini.google.com/app/

3. Um post com IA sobre catarses: IA como catalisadora de catarses (gostei demais quando li o que ela gerou, mas achava importante ter aqui no blog o registro da minha experiência relacionada a ele.